quinta-feira, 5 de setembro de 2019

#ogritodoDistrito

E um dia a guardiã parou de sussurrar poesias.
Os ventos então, cresceram e viraram ventanias, traziam palavras e segredos sombrios, contos horrorosos... homens assombrosos transformavam as nossas lendas em trevas e sombras.
Desde os dias em que a nossa história e a nossa cultura começaram a empobrecer. Desde o dia que o quilate de nossos valores começaram a ruir.
A ruína começara quando o predador tomara posse das nossas minas de preciosidades.
O caos começara a partir do dia em que a Raposa recebera a tarefa de cuidar do galinheiro.
Tudo agora é desolação e ilegalidade.
Prédios públicos virando moradia.
A história e a memória servindo a interesses particulares.
Materiais públicos recicláveis, destinados aos interesses privados.
A madrugada denuncia conluios noturnos, enredos de irregularidades, parcerias escusas de dúbios interesses.
As barganhas multiplicam-se pelos cantos.
Tudo pode.
Como pode?
Perguntando isso a tantos e tantas, ninguém sabe responder.
O que segura toda a disparidade do lacaio sem em nada mexer?
O que será que dita e sustenta toda a desordem e todo o retrocesso?
Que diabos desencadeiam tanta vista grossa?
Que diabos normalizam a podridão dos poderes?
Que diabos normatizam a ausência de normas?
Que diabos viabilizam a quebra do direito?
Ninguém responde.
Ninguém sabe... eu também não sei.
Só se sabe que assim é por aqui.
                                                                                        guardiadelendas.blogspot.com
                                                                                        Célia Motta





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