domingo, 19 de junho de 2022

Maisa Ianca Celestino, Toda Arte e Fazendo Arte

 

Eu aposto as minhas fichas.

Endosso. A menina chegou roubando a cena e as atenções transbordando arte. Maisa pinta, desenha e faz artesanato. Tem poder de criação.

De personalidade forte, com posturas decididas em questões políticas, sociais e econômicas é uma linda criatura que desde criança enveredou para o universo artístico fazendo maquetes de tudo que gostava. Admiradora de Edgar Allan Poe se prepara para ser admirada também. Gosta de animes mas penso que vai enveredar para o realismo fantástico. Coisa minha, intuitiva... 

Decidida, de espírito livre como deve ser todo artista, ela vem com pontos de vista amplos e singulares percepções da vida e do Universo.

Veremos, acompanharemos e divulgaremos.

A tela que aparece em sua fotografia foi rapidamente vendida assim que ela terminou de pintar. Diga-se de passagem por um valor maior do que ela havia sugerido.


Célia Regina Motta

guardiadelendas.blogspot.com

sexta-feira, 11 de março de 2022

 

"Crônica de um desbrasil"


A sombra do lado do avesso e de ponta cabeça de um país. Um lugar estranho, de desproporções esquisitas, e com uma desigualdade social ímpar. Um país que produz e não come. Que tem dinheiro e não investe. Que desestrutura a Educação para abolir o pensar. Que enriquece ricos e empobrece miseráveis.

Um desbrasil com três poderes carcomidos e dilacerados, caracterizado pela instrumentalização dos órgãos da justiça transformando-a num monstruoso partido político; pela perversão da máquina legislativa e pela degradação constante no seu executivo, se afundando mais e mais em falas medíocres sobre valorização da família, valores e princípios esvaziados de verdade.

Valorização da família de quem? Com quais métodos? Em detrimento de quantos milhões de famílias?

Valores e princípios? Sem comprometimento com nenhuma das funções e dos fundamentos do Estado de Direito?

É o desbrasil da ignorância ampla e extrema que convencionou chamar-se “gente de bem”, que acredita que a moral é inerente aos órgãos sexuais. É o desbrasil que aniquila mulheres, negros, macumbeiros e críticos do sistema!

É o desbrasil que não suporta índios depois de vilipendiar a terra deles. Que se desespera para introduzir o cristianismo no meio indígena por não suportar rituais religiosos que não os seus, que teme a valorização de uma cultura própria que nada se parece e nem nunca pretendeu se parecer com a europeia.

É o desbrasil das raposas políticas que defendem todas essas posturas mesmo sabendo que já é passado em muito, o tempo da mudança.

É o desbrasil dos religiosos, puritanos, provincianos e mentirosos.

É o desbrasil que mesmo sem comer agradece as patas que lhe permitem as migalhas, agradece os pés que lhe pisam o pescoço e chama o maior desastre da história de mito. 

É o desbrasil que gostaria de acabar com o sistema de saúde pública, pois mesmo pobre acredita que é privilegiado. Que não entende que as garantias constitucionais e os direitos humanos existem para o povo.

É o desbrasil da fé mínima, estreita, rasa e curta. Dono de um deus aprisionado numa gaiola de certezas idiotas. Que joga lama na cultura e na arte, que menospreza a Ciência. Que não gosta de livros, que não se aprofunda e gosta da facilidade que se origina nas superficialidades.

Que nega a história de seu chão e de sua gente, que nega o período maldito do regime militar mesmo diante de tantas mortes, desaparecimentos e torturas.

E o pior de tudo, um desbrasil violento que pretende transformar crimes em liberdade de expressão encontrando suporte e alimento na voraz fala de seu precário líder.

Em que país eu estou?

Óbvio, eu estou tentando retornar para o Brasil. Para mim vida é liberdade. É pra lá que eu vou, embora para essa estrada escura, tortuosa e insana do Jair, eu jamais tenha enveredado.

 

 

                 Célia Regina Motta, bacharel em Direito, Licenciada em Letras e servidora pública.

                 cmotta86@gmail.com 

 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

A falsa crença ou a Ciência?

 

A mísera abstração da primeira ou a objetividade e a comprovação de fatos através de dados da segunda?

Representando a primeira, um líder sem liderança a espalhar escuridão depois do século das luzes, escondido atrás de um escudo de falso moralismo e religião. Que prega a morte e é essencialmente ocioso e mentiroso. Que tira direitos dos trabalhadores sem nunca ter trabalhado em sua deplorável vida criminosa. Um exemplar vulgar de carrasco medieval moldado pelos conceitos da casa grande exortando a cloroquina.

Sim, isso tudo e muito mais. E ainda desperta credulidade em muitos.

A segunda por si só dispensa representantes. Objetiva e comprovável.

Enquanto a primeira vaga boba, vazia e cega sem rumo em busca de ignóbeis seguidores, a segunda trabalha incansavelmente em tarefas mil.

Enquanto a primeira prega a carnificina de mais de 600.000 mortos contrapondo-se à vacina, a segunda prima pela vida em sua expressão maior.

Quando penso em crença verdadeira me vem logo a imagem de candura de dona Aurélia, a benzedeira pequenina com o melhor perfume de arruda que já vi. Me vem a imagem de Chica Julião a parteira e rezadeira que ajudava a trazer vidas à vida. Me vem Pedro Ventura com suas beberagens e infusões de curandeiro descendente retinto de escravos cheio de histórias para contar. Me vem o querido Zé Mineiro com seu rosário de Nossa Senhora, mestre da alegria e dos causos, verdadeira lenda viva dos pés de valsa. Nada que se enquadre na falsa crença. Todos benevolentes.

Todos pelo bem e para o bem. Cheios de sorrisos largos, de suores que transcendem tempo e espaço em suas buscas infinitas pelo sentido dos seres e do universo.

Certamente discípulos da Ciência, aprendizes da manipulação da botânica. E por extensão de suas próprias experiências, favoráveis à vacina.

Como não entender a segunda como entidade sagrada? Como não crer em algo concreto, provável e cheio de luz?

Como não desconfiar da primeira, quando é travestida da pior indumentária de horror e alegorias patéticas? Como não desconfiar da falsidade que desponta de trás da máscara de idiotia dissimulada e simplória?

Vacina é sabedoria. Rompe barreiras de medo e escuridão. Liberta. Solta as amarras.

Já a falsa crença prende e escraviza os indivíduos em conceitos estreitos, rasos e curtos.

É hora de acreditar no certo e aderir de modo amplo e inequívoco aos encantos da Ciência. É hora da vacina.

Passa da hora de imunizar-se contra exemplares medievais perdidos num tempo de horror que não deve retornar.

É hora de crença.

 Sim.

Crença na vida, na lógica, nos fatos, nos dados, nas estatísticas.  É hora de fé na Ciência. Crença no discurso dos cientistas.

Aliás, depois da dose de vacina podíamos assistir ao filme “Em nome de Deus”!

 

                                                   

                                                  Célia Regina Motta, servidora pública,

                                                   Bacharel em Direito e Licenciada em Letras                                             

                                                   cmotta86@gmail.com