sexta-feira, 31 de maio de 2019

AS MANIFESTAÇÕES DO DIA 30 DE MAIO DE 2019

Eu que já me imaginava totalmente esvaziada de esperança pelo Brasil, sinto novamente o orgulho e o entusiasmo de ter nascido nesse solo indígena.
Orgulho de ter nascido negra e mulher.
Entusiasmo de carregar no sangue, a necessidade de quebrar os paradigmas da desigualdade social e econômica.
Sede de lutar contra arrogantes, preconceituosos e mentirosos.
Vontade de fazer valer a Constituição e a Soberania da Pátria e do Povo.
As aglomerações de ontem, para mim, podem ser comparadas à Luzes!
Luzes de esclarecimento e consistência. Luzes de Consciência.
Isso se deve à mais nobre categoria de uma Nação: os Estudantes. São os que movem de fato o mundo, os conceitos, os padrões e a evolução.
O poder dos livros e dos sorrisos nas ruas.
O poder dos gritos pela Paz.
O poder que Ilumina as trevas da hipocrisia religiosa.
Lindo demais.
Dedico todas as águas represadas de emoção e de alegria, que romperam as comportas por causa da manifestação de 30 de maio, ao meu amado e inesquecível Professor Odair Riberto Fallaci, Sociólogo e Advogado, entusiasta do Movimento Democrático, que com a sua voz ímpar, lecionando Direito Constitucional no Curso de Direito, deixou em minha alma a sua marca para todo o sempre.
O dia de ontem, certamente fê-lo sorrir atrás de sua barba. Seus pequenos olhos certamente faiscaram de euforia. E ele renasceu um pouco em mim.

                                                                         guardiadelendas.blogspot.com
                                                                         Célia Motta.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Quanto valem a História e a Memória? Quanto valemos nós?

Depois do meu período de luto por todas as perdas que o Distrito de Alfredo Guedes já teve, inclusive o da titularidade de sua essência, que embora ainda seja um Distrito, todos denominam de "vila" ou de "bairro", DO ROUBO DOS MÓVEIS DA ESCOLA CECÍLIA MARINS BOSI, entre tantas outras depreciações e dilapidações, me questiono qual é o valor de objetos históricos e da preservação da memória de uma localidade que pretende ser Turística (???). Senhor Secretário, por favor, fale e argumente por nós! Faça a diferença!
Com o Memorial trancado o tempo todo (faz tempo que preciso fotografar algumas peças que meus seguidores me pedem, e nunca consigo), a História vai se perdendo. Só o vejo fechado.
E sem eventos, o acervo vai morrendo aos poucos, tanto em sua força como em sua proposta efetiva de resgate. Esse tipo de trabalho exige uma constante e quase diária dedicação e divulgação (que absolutamente ninguém faz!).
Certa de que o luto já havia saído de minha alma, ocorre a PERDA DE TANTAS CASINHAS, DO NOVO BLOCO DO CDHU, POR MERA FALTA DE ESPECIFICAÇÕES NO EDITAL, AO QUE TUDO INDICA. OCORRE A PERDA DA PRIMEIRA E MAIOR DE TODAS AS NECESSIDADES DE UMA FAMÍLIA.
É o Guedes de novo ficando para trás. Será que isso não muda nem agora que temos "até" uma Secretaria?
AMBULÂNCIA? A GENTE GANHA SIM, A GENTE SOMENTE NÃO LEVA, POR FALTA DE OCORRÊNCIAS NA SAÚDE, POIS OS FATOS INDICAM QUE SOMOS APENAS NÚMEROS. NÚMEROS DE ELEITORES, NÚMEROS DE MORTES CAUSADAS POR FALTA DE SOCORRO APROPRIADO (JÁ ACONTECEU EM ALGUMAS SITUAÇÕES, NÃO POUCAS LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A POPULAÇÃO DO DISTRITO).
Agora eu  me deparo com as imagens das pedras da rua principal do Distrito, antes linda e nostálgica, agora negra, quente, sem absorção de água e de material questionável, posto que vive precisando de reparos, apesar do pouco tempo que ali está.
Imagens tristes e desoladoras para quem consegue sensibilizar-se (evidentemente, falsos progressistas aventureiros e oportunistas não entram nesse time).


Esta imagem é a que melhor enxergamos o depósito, sem nenhum cuidado ou respeito pela História e pela Memória guedense.


Com tantos e tantos lugares PÚBLICOS no Distrito que poderiam receber esses paralelepípedos, decorando e condecorando com calçamento de época, o que vejo é o descaso com o nosso lugar, com o nosso ninho de lendas, com o berço de nossos ancestrais, transferindo tempos do passado de luta e personagens que foram primordiais para a economia e desenvolvimento da própria Lençóis Paulista, jogados, despejados num espaço qualquer da USINA DE RECICLAGEM DESATIVADA, NO MEIO DO MATO, como se sua valia e representação fosse zero (UAI!).
E nós, guedenses do Distrito que agora chamam de vila e de bairro, valemos quanto mesmo?
Será que devemos trajar LUTO por nossa própria desvalorização?
Talvez devamos, senhores! Talvez devamos!


                                                                             guardiadelendas.blogspot.com
                                                                             Célia Motta, cidadã guedense.