quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Quanto valem 4 famílias???

Curiosas as passagens do charmoso Distrito.
Inquietantes questionamentos despertam em minha alma sobre os destinos de nosso lugar.
Algo sussurra em meus ouvidos, algo arrepia minha coluna e brota em forma de inquirição, deve ser o amor intenso e vivo por esse chão.
Se um tapete de asfalto arranca pedras públicas e históricas, as carrega para calçamento de propriedades particulares (é o que se fala ainda hoje), descarta parte delas como entulho e lixo em arrebaldes sombrios, condenando a tradição e a cultura local à obscuridade, por qual razão seria, que tal poder asfáltico não se sobressairia para asfaltar uma pequena rua de uma comunidade de extrema periferia?
Será que é por ser pequena? Ah! Apenas 4 famílias!
Ali idoso já caiu, ali se feriu. Sangrou mãos de duro trabalho.
Crianças precisam trilhar aquele íngreme caminho.
Gestantes derrapam em caminhadas ingratas, por vezes sobre escorregadias pedras, muito mais traiçoeiras que as pedras históricas, covardemente arrancadas, comercializadas, objetos de obscuras barganhas.
Ah! Eu falo aqui dos arredores do antigo matadouro.
A saudade dos velhos dias daquele local, poderia ser suprida por certos cuidados de infraestrutura com aquela terra e com a sua gente.
Sabemos que mesmo diante da falta de visibilidade da obra, a necessidade permanece firme e forte.
Mas a pergunta é: a quem convém?
Por quais motivos se pode barganhar patrimônio público (se os comentários são inverídicos, em função de quê não se investigou?), mas não se pode viabilizar um trecho tão curto?
Minha desconfiança se sobrepõe à minha esperança.
Se uma rua histórica pode ser depredada e descaracterizada, por sinal com material duvidoso, dada às necessidades de reparos constantes, em relação ao curto tempo em que lá está o asfalto; em razão de quê interesses as imediações do antigo matadouro não podem passar por manutenção decente e definitiva?
E eu me pego aqui pensando... pensando...
Vou me questionando...
E vou duvidando... cada vez mais duvidando...
As contradições vão se erguendo...
O tempo vai passando... o descrédito generalizado aumentando...
As instituições se desmoralizando...

                                                             guardiadelendas.blogspot.com
                                                             Célia Motta,
                                                              cidadã guedense. 










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