A História
Sem A Sua Glória
Há um nome
do qual todos nós somos devedores.
Há um nome
ao qual cedo ou tarde o poder público terá de revolver das sombras e elevá-lo
ao cume da luz.
Cume da
glória é o destino da gloriosa Professora Cecília Marins Bosi. Cabe aqui uma
correção: não é um nome, é sim e antes, o nome mais ilustre de nossas paisagens
dispersas sobre o tempo e sobre o espaço. A dignidade personificada em pioneirismo.
A personalidade educadora por essência e por excelência.
Lecionando
no Distrito antes mesmo da construção do grupo escolar, formou aqui gerações e
gerações de guedenses que ainda reclamam e relembram o seu legado. A benemérita
educadora teve o seu nome relegado ao esquecimento em razão da municipalização
de nossa escola.
Evidentemente,
o nome que a substitui não é nem menos digno e nem menos tradicional. Não, ao
contrário, é um nome que ainda perdura em grande parte de sua descendência que
aqui vive. Não menos memorável. Não menos merecedor de estima e consideração de
nossa parte. Absolutamente, não é disso que se trata. Dona Philomena Briquesi
Boso fez por merecer a justa homenagem da imortalidade, adentrando o terreno do
resgate das memórias mais caras, é bom que se diga.
O que não
foi digno, nem merecedor de respeito ou consideração, e muito menos justo, foi
o posicionamento dos poderes que à época da municipalização da escola baniram a
mais brilhante memória da história do Distrito. A distinta precursora da mais
importante luta que é a Educação teve vilipendiado o seu nome e diminuídas as
suas obras.
A Educação é
o manto que leva sob si todas as vocações, incluindo a Ciência e a própria
História. E o manto foi maculado. No lugar dos ombros dessa visionária, abriram
uma ferida que não cicatriza. Que não cicatriza inclusive em nós. A mulher que se doou em sacerdócio abraçando a total
ausência de recursos educacionais e pedagógicos, para fazer valer o seu ideal
de expansão do saber, após ocupar o seu pedestal legítimo de louvores e
reconhecimento, foi relegada ao apagamento.
Isso, senhores,
gostem ou não, um dia terá de ser reparado.
Será que o
Distrito supostamente potencial em história e cultura, pertencente ao Município
da futura Lençóis turística, não comportaria em seu Memorial nenhuma sala com
os pertences e mobiliário original da escola?
Será que a
Praça do Bom Jesus não agregaria de modo muito peculiar um busto com a
biografia dessa excelsa mulher?
Ou o próprio
Memorial, não poderia carregar a honra e a robustez do nome ímpar de Cecília
Marins Bosi, Sacerdotisa da Educação?
Estamos em
débito com a Professora Cecília. Estamos em vergonhoso débito para com a sua
descendência e é urgente tal reparação.
Célia
Regina Motta.
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