A mísera abstração da primeira ou a objetividade e a comprovação de fatos através de dados da segunda?
Representando
a primeira, um líder sem liderança a espalhar escuridão depois do século das
luzes, escondido atrás de um escudo de falso moralismo e religião. Que prega a
morte e é essencialmente ocioso e mentiroso. Que tira direitos dos
trabalhadores sem nunca ter trabalhado em sua deplorável vida criminosa. Um
exemplar vulgar de carrasco medieval moldado pelos conceitos da casa grande
exortando a cloroquina.
Sim, isso
tudo e muito mais. E ainda desperta credulidade em muitos.
A segunda
por si só dispensa representantes. Objetiva e comprovável.
Enquanto a
primeira vaga boba, vazia e cega sem rumo em busca de ignóbeis seguidores, a
segunda trabalha incansavelmente em tarefas mil.
Enquanto a
primeira prega a carnificina de mais de 600.000 mortos contrapondo-se à vacina,
a segunda prima pela vida em sua expressão maior.
Quando penso
em crença verdadeira me vem logo a imagem de candura de dona Aurélia, a
benzedeira pequenina com o melhor perfume de arruda que já vi. Me vem a imagem
de Chica Julião a parteira e rezadeira que ajudava a trazer vidas à vida. Me
vem Pedro Ventura com suas beberagens e infusões de curandeiro descendente
retinto de escravos cheio de histórias para contar. Me vem o querido Zé Mineiro
com seu rosário de Nossa Senhora, mestre da alegria e dos causos, verdadeira
lenda viva dos pés de valsa. Nada que se enquadre na falsa crença. Todos
benevolentes.
Todos pelo
bem e para o bem. Cheios de sorrisos largos, de suores que transcendem tempo e
espaço em suas buscas infinitas pelo sentido dos seres e do universo.
Certamente
discípulos da Ciência, aprendizes da manipulação da botânica. E por extensão de
suas próprias experiências, favoráveis à vacina.
Como não
entender a segunda como entidade sagrada? Como não crer em algo concreto,
provável e cheio de luz?
Como não
desconfiar da primeira, quando é travestida da pior indumentária de horror e
alegorias patéticas? Como não desconfiar da falsidade que desponta de trás da
máscara de idiotia dissimulada e simplória?
Vacina é
sabedoria. Rompe barreiras de medo e escuridão. Liberta. Solta as amarras.
Já a falsa
crença prende e escraviza os indivíduos em conceitos estreitos, rasos e curtos.
É hora de
acreditar no certo e aderir de modo amplo e inequívoco aos encantos da Ciência.
É hora da vacina.
Passa da
hora de imunizar-se contra exemplares medievais perdidos num tempo de horror
que não deve retornar.
É hora de
crença.
Sim.
Crença na
vida, na lógica, nos fatos, nos dados, nas estatísticas. É hora de fé na Ciência. Crença no discurso
dos cientistas.
Aliás,
depois da dose de vacina podíamos assistir ao filme “Em nome de Deus”!
Célia Regina Motta, servidora pública,
Bacharel em Direito e Licenciada em Letras
cmotta86@gmail.com